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religiosos y activismo en Iberoamérica

 
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Eliseo Rabadán Fernández



Registrado: 12 Oct 2003
Mensajes: 567
Ubicacin: España

MensajePublicado: Mie Oct 29, 2003 11:36 pm    Ttulo del mensaje: religiosos y activismo en Iberoamérica Responder citando

estimados amigos y amigas :
considero interesante introducir un nuevo tema en el foro América, en relación con las actividades de los teólogos de la órbita o estela de lo que fue teología de la liberación . Recordemos que le acaba de ser otorgado un premio príncipe de Asturias a uno de los fundadores de la teología de la liberación, el peruano Gustavo Gutiérrez. Curiosamente le dan el premio a este teólogo , a un filósofo alemán socildemócrata , Habermas y a esa escritora norteamericana llamada Susan Sontag, tan antiglobalización ella...vale.
Por ahora voy a tratar de adjuntar algunos textos que he encontrado de una organización que se presenta como radicada en Brasisl, ADITAL. Agencia de Información Frei Tito.
Ginebra, Suiza - Adital/Eduardo Tamayo G., Alai-Amlatina - Primera Reunión del Grupo de Trabajo sobre Poblaciones Afro-descendientes (GTPA), organizada por el Alto Comisionado de Derechos Humanos

Tiene el siguiente mandato:

1. Estudiar el problema de la discriminación racial hacia los pueblos afro-descendientes que viven en la diáspora y para este fin recopilar toda la información de organizaciones gubernamentales y no gubernamentales y otras fuentes relevantes.

2. Proponer medidas para asegurar el pleno y efectivo acceso de los afro-descendientes al sistema judicial.

3. Presentar recomendaciones sobre el diseño, la implementación y cumplimiento de medidas efectivas para eliminar la discriminación hacia los afro-descendientes.

4. Elaborar propuestas de corto, mediano y largo plazo para eliminar la discriminación racial contra los afro-descendientes, incluyendo propuestas para establecer un mecanismo de monitoreo y promoción de todos sus derechos humanos, tomando en cuenta la necesidad de una estrecha colaboración con agencias internacionales de desarrollo, las agencias especializadas de la ONU, para promover los derechos humanos de los afro-descendientes
a través de:

- Mejorar la situación de los derechos de los afro-descendientes, prestando especial atención a sus necesidades, mediante programas de acción específicos.

- Diseñar proyectos especiales en colaboración con los afro-descendientes para apoyar sus iniciativas en el ámbito comunitario y para facilitar el intercambio de información y el conocimiento técnico entre estas poblaciones y los expertos en estos campos.

- Desarrollar programas para afro-descendientes asignando inversiones adicionales al sistema de salud, educación, vivienda, electricidad, agua potable y medidas de control ambiental y promoviendo igualdad de oportunidades en el empleo así como otras acciones
afirmativas dentro del marco de los derechos humanos.

Al primer período de sesiones del GTPA asistió un número reducido de ONG’s de afro-descendientes (casi en su totalidad de Estados Unidos, Canadá y Reino Unido), gobiernos y representantes de ONG’s de derechos humanos regionales e internacionales, etc.  Algunos representantes civiles deploraron las deficiencias organizativas que afectaron severamente la participación de los gobiernos y otros delegados, especialmente de aquellos que representan a los pueblos afro-descendientes.

La información oficial convocando al GTPA fue entregada el 18 de noviembre de 2002, es decir una semana antes del inicio de las reuniones el 25 de noviembre.  Como resultado de esto no circuló la información a todos los interesados incluyendo los gobiernos, las agencia de la ONU y las organizaciones de la sociedad civil.  También se debe señalar que no hubo fondos disponibles para la participación de los afro-descendientes y de sus organizaciones en las deliberaciones del GTPA.

Espero que a partir de la lectura de estos textos difundidos por estos teólogos iberoamericanos, podamos conocer mejor lo que está detrás de muchos movimientos indigenistas, antiglobalización y demás en Iberoamérica y podamos tratar de encontrar alguna explicación en el contexto de las políticas actuales de Iberoamérica .
Como veremos , la difusión masiva de mensajes nematológicos, es decir , nebulosas demagógicas y llenas de falsedades de todo tipo respecto de lo que debe ser un Estado político eutáxico, redunda en perjuicio de quienes dicen estos teólogos y sus acólitos que van a defender de los enemigos europes y norteamericanos.¿Los ayudan ellos con su demagogia celestial, acaso?

Un saludo
Eliseo R.
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Eliseo Rabadán Fernández



Registrado: 12 Oct 2003
Mensajes: 567
Ubicacin: España

MensajePublicado: Mie Oct 29, 2003 11:46 pm    Ttulo del mensaje: programa hambre cero de Lula en Brasil y los teólogos Responder citando

Estimados amigos y amigas:
a continuación un texto , enviado a internet vía la revista de ADITAL que mencionamos en el anterior mensaje, sobre el programa hambre cero.
Está en portugués pero espero lo podamos entender , y de paso practiquemos este lenguaje.


FOME ZERO
Os Primeiros Passos






Redação e Edição:
MARIA HELENA GUIMARAES PEREIRA



Patrocínio:
ADITAL – Agência de Informação Frei Tito para América Latina - www.adital.org.br
ANotE – Agência de Notícias Esperança - www.anote.org.br



PROGRAMA FOME ZERO
UM DESAFIO QUE PRECISAMOS VENCER

A decisão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reduzir a “zero” a fome no Brasil exige de todos nós – não apenas do Governo – um grande esforço. É um imenso desafio, mas vale a pena! Empresários, trabalhadores, donas-de-casa, jovens, idosos, Igrejas, a sociedade civil, enfim, precisam se mobilizar e se engajar neste grande projeto para transformar o Brasil num país de todos os brasileiros e brasileiras. Numa nação mais justa, mais humana, sem as grandes desigualdades que hoje encontramos de Norte a Sul.

Alimentação de qualidade é direito de todo ser humano.

O objetivo do Programa Fome Zero é combater as causas estruturais da fome e da pobreza e, ao mesmo tempo, assegurar que haja comida na mesa de quem mais precisa. Nós podemos ajudar o Governo nesta tarefa. Cada um de nós, certamente, vai encontrar uma forma de colaborar e de contribuir para mudar essa realidade.

É, sem dúvida, uma tarefa tão grande quanto o nosso Brasil. Por isso, não há tempo a perder. Temos de construir uma nação cidadã.

O Brasil e a Fome

A fome e a desnutrição no Brasil não são conseqüência da falta de alimentos. São causadas pela falta de dinheiro para comprar alimentos, pela falta de justiça social. A fome mata quem não tem o que comer e também aqueles que comem alimentos em quantidade insuficiente e de baixo teor nutritivo. É a fome crônica, que atinge grande parcela da população brasileira.

Para reverter essa realidade, o presidente Lula anunciou, como seu primeiro compromisso, a Segurança Alimentar e Nutricional, que significa garantir a todos acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, todos os dias.

O problema é muito grave, porque a fome passa de uma geração para outra. Filhos de mulheres desnutridas nascem com peso abaixo do normal, estão mais sujeitos a doenças, infecções e até morte prematura. A subnutrição infantil tem sérias conseqüências em termos de desenvolvimento físico, mental e psicológico. Crianças mal alimentadas não consomem proteínas e carboidratos essenciais ao crescimento adequado. Em regiões onde a fome é crônica, elas têm estatura abaixo do normal, os processos infecciosos são mais freqüentes e o nível intelectual é mais baixo. A falta de alimentação provoca confusão mental, sonolência, torpor e fraqueza. A criança tem reduzida sua capacidade de brincar e o aproveitamento escolar é prejudicado. A desnutrição afeta mais as crianças, porque elas estão em fase de crescimento. Principalmente nos primeiros cinco anos de vida, elas precisam ser bem alimentadas. Idosos e grávidas também são vulneráveis à desnutrição, por isso merecem atenção especial.

Levantamento realizado no ano 2000 revelou que 10,5% das crianças brasileiras apresentavam baixa estatura. Esta realidade era mais acentuada no Nordeste. Dados do Unicef estimam que 55% das mortes de crianças menores de 1 ano estão, direta ou indiretamente, relacionadas a distúrbios nutricionais. Este quadro vem se agravando no Nordeste, onde 25% das mortes associam-se à desnutrição grave, e 74% à desnutrição leve e moderada.


"A fome é muito comum no Brasil. Tem muitas crianças desnutridas. (…) Muitas pessoas ainda morrem de fome. Será que a fome não vai acabar?
" Eu penso que hoje em dia raramente as pessoas ajudam aos pobres que passam fome. Essas pessoas não pensam que ajudando os pobres estão salvando uma vida e isso é muito bom. Eu não quero sentir na pele a fome, e não quero ver pessoas morrendo de fome. Tem muitas crianças que gastam seu tempo nas ruas mendigando, pedindo esmolas, e não vão para a escola. Deixam o seu futuro de lado para não passar fome. Tem pessoas que até acabam roubando e matando por causa da fome. (…) Se as pessoas não passassem fome, nada disso iria acontecer. A fome destrói muitas vidas inocentes. (…) Nem os bebês escapam da fome. Quando não nascem mortos, nascem desnutridos, deficientes por causa da fome. Mas a fome vai acabar com ajudas como a do Fome Zero."
Redação do menino Anderson, 13 anos



Temos 44 milhões de brasileiros vivendo em situação de pobreza, principal causa da fome. Desses, 22 milhões não ganham o suficiente sequer para comprar alimentos que lhes assegurem condições mínimas de saúde. A alimentação adequada se reflete na saúde e na melhoria da qualidade de vida. A pessoa bem alimentada desenvolve imunidades e reduz a possibilidade de adquirir doenças.

O desemprego, os baixos salários, a concentração de renda, a má distribuição da terra, o desperdício na produção e na comercialização de alimentos, agravam o problema da fome. Soma-se a esses fatores a falta ou a ineficiência de políticas sociais para, pelo menos, reduzir a pobreza e a miséria.

O Brasil é um dos cinco maiores produtores de alimentos e tem condições de assegurar alimentação de qualidade para todos os brasileiros. Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) mostra que o Brasil tem disponibilidade de 2.960 quilocalorias por pessoa por dia, bem acima do mínimo recomendado de 1.900 quilocalorias. O problema é que cada brasileiro consome apenas 1.659 calorias, em média. Há comida suficiente para todos, mas grande parte da população não tem acesso por falta de renda que assegure o mínimo indispensável.

Temos de acabar também com o desperdício de alimentos, um hábito comum à grande maioria dos brasileiros, que desconhece formas simples e baratas de aproveitar integralmente verduras, legumes e frutas. Os números sobre o desperdício são assustadores. Cerca de R$ 13 bilhões da cadeia de produção alimentar do país - equivalente a 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto) - se perdem desde o plantio à mesa do consumidor. Não estão incluídos neste cálculo os alimentos jogados fora por restaurantes e residências.

Como fazer acontecer

O Programa Fome Zero, sob a responsabilidade do Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA), é muito amplo. Reúne um conjunto de ações que já estão sendo colocadas em prática e englobam soluções para os fatores que agravam a fome. São as metas traçadas pelo MESA, através de políticas públicas, políticas específicas e políticas locais.

Vamos explicar melhor o que representa cada uma dessas políticas.

As políticas públicas prioritárias:

1. Ampliação da merenda escolar - Ao lançar o Fome Zero, a 30 de janeiro de 2003, o Governo federal dobrou o repasse do valor por criança que está na pré-escola. Passou de R$ 0,06 para R$ 0,13.

2. Cartão-Alimentação - trata-se de um programa de assistência alimentar, colocado em prática inicialmente nas regiões atingidas pela seca, em especial o semi-árido nordestino e o Vale do Jequitinhonha (MG). O cartão é válido por seis meses, prorrogáveis até um ano e meio. A transferência de dinheiro, destinado à compra de alimentos locais, é feita em conjunto com políticas públicas que garantem a cidadania, como: geração de emprego e de renda, alfabetização de adultos, educação alimentar e nutricional, noções sobre saúde e nutrição, abastecimento de água, melhoria das condições de moradia, cooperativismo, microcrédito, entre outros.

3. Distribuição de alimentos - para pessoas que estão ameaçadas pela insegurança alimentar: famílias acampadas e assentadas, comunidades indígenas, comunidades remanescentes dos quilombos, e famílias que vivem dos e nos lixões

4. Programa de abertura de restaurantes populares - que fornecerão refeições por preços que variam entre R$ 1 e R$ 2.

5. Programa Nacional de Banco de Alimentos - que possibilita a doação de alimentos que seriam desperdiçados por supermercados, restaurantes, padarias, açougues e empresas em geral, para associações e entidades voltadas ao atendimento de setores carentes da população.

6. Programas de rádio e de televisão - para divulgar noções de educação e de hábitos alimentares, bem como a importância de se valorizar as culinárias local e regional, e de se aumentar o consumo.

7. Programa emergencial de transferência de renda - para as famílias rurais.

8. Programa emergencial de reforma agrária e de apoio à agricultura familiar - para aumentar a produção de alimentos, gerar empregos e desenvolver a economia local.

O que são Políticas estruturais

* Geração de emprego e renda
* Previdência social para todos
* Incentivo à agricultura familiar
* Reforma agrária
* Convivência com o semi-árido
* Bolsa-escola e renda mínima
* Atenção básica à saúde

O que são Políticas específicas

* Programa Cartão-Alimentação (PCA)
* Alimentação emergencial - que vai beneficiar as famílias vítimas de calamidades, como enchentes e secas; as pessoas que estão em risco quanto à segurança alimentar, como famílias acampadas, comunidades indígenas, quilombolas e pessoas que vivem dos lixões
* Estoques de segurança de alimentos
* Programa de segurança e qualidade dos alimentos
* Ampliação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)
* Combate à desnutrição das mães e das crianças
* Educação para o consumo alimentar
* Ampliação da merenda escolar

O que são Políticas locais

- São aquelas que estão sendo aplicadas por Estados e municípios.

O que é o Programa Cartão Alimentação

O Programa Cartão Alimentação (PCA), regulamentado pelo Decreto Presidencial nº 4675, é um benefício no valor de R$ 50 para cada família com renda mensal, por pessoa, inferior a meio salário mínimo. O cartão será válido por seis meses, prorrogáveis por mais dois períodos de seis meses. Nesse prazo deverão ser implementadas ações estruturais que transformem a condição de vida das famílias, com a redução do risco de insegurança alimentar. O cartão é entregue, preferencialmente, à mulher responsável pela família.


"Hoje são milhares de pessoas que plantam arroz, feijão etc., mas nem isso dá para acabar com a fome. Precisamos de um país democrático, onde a fome de muitos brasileiros seja zero.
"(…) Nós acreditamos no Lula, porque é um grande lutador, que perdeu seu dedo para não perder sua fé e um dia chegar aonde chegou. Nós queremos que a fome não exista para quem não tem seu pão de cada dia. (…) Estamos conscientes de que o amanhã vai mudar, porque estamos com um grande homem, justo, limpo.
"(…) Muitas crianças estão morrendo porque não têm o que comer. A grande maioria sai de casa para trabalhar, para sustentar-se. Crianças saem de casa para pedir esmolas e também saem da escola. E depois de velho não têm um trabalho justo. Não é só a fome que prejudica as pessoas, mas a falta de trabalho. O pior é que as pessoas vão comprar seu alimento e os preços vão aumentando.
"(…) Hoje, com a ajuda da comunidade e do presidente, fazemos uma coleta de alimentos não perecíveis."

Redação da menina Jackline Norões, 11 anos


O Programa Cartão-Alimentação (PCA) já foi lançado em dez Estados: Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Maranhão e Minas Gerais. A expectativa é de que cerca de mil municípios recebam o Cartão Alimentação até dezembro.

A relação das famílias cadastradas é analisada pelos Comitês Gestores Locais. Esses comitês são formados por nove pessoas: sete representantes da sociedade civil, e dois dos poderes públicos estadual e municipal. Eles também são responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização das ações do Programa.

Para a organização desses comitês, dois integrantes de cada município foram selecionados para cursos de capacitação. Nesses cursos, eles são orientados sobre como implantar e acompanhar o PCA, além de receberem noções de Segurança Alimentar e Nutricional. São também incentivados a elaborar um Plano de Desenvolvimento Local, a fomentar ações públicas e da sociedade, e a multiplicarem a formação do Comitê Gestor Local.

O Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA) optou por iniciar a implementação do Programa Fome Zero em municípios do semi-árido com situação de calamidade pública oficialmente decretada, com menos de 60 mil habitantes e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) inferior a 0,7. Outro critério adotado para a definição de municípios beneficiados é a existência de algum tipo de organização da sociedade civil no município, como os Fóruns de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS).

A experiência inicial mostrou que a organização comunitária é imprescindível para ações imediatas no combate à fome. Por isso, nos municípios mais pobres e ainda sem organização está sendo incentivada a formação de Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEAs). Cada estado deve ter também o seu CONSEA, integrado por representantes da sociedade civil organizada (2/3) e representantes do poder público (1/3). A partir desses Conselhos, terão início as ações de segurança alimentar com o Programa Cartão-Alimentação.

Veja o que o Fome Zero já está fazendo

O Fome Zero, como já dissemos, é um conjunto de políticas públicas. Menos importante no programa é distribuir alimentos. Mais importante é propiciar renda, emprego, o resgate da auto-estima e da cidadania.

Em Guaribas e Acauã, os dois municípios do Piauí escolhidos pelo Governo Lula como pilotos, o Programa está transformando a vida das comunidades onde já foram implementados alguns projetos previstos. Os primeiros foram o Cartão-Alimentação, o Sede Zero, a Melhoria de Habitações, a Geração de Emprego, o Combate à Desnutrição e à Mortalidade Infantil, Unidades sanitárias populares, o Analfabetismo Zero e a Gestão Participativa. O apoio de ações voluntárias, de instituições públicas e privadas, e da sociedade civil organizada, tem sido fundamental para construir um Brasil mais justo e fraterno.

HISTÓRIAS DA VIDA REAL

Vale a pena contar algumas histórias reais.
Talvez você se surpreenda ao descobrir que, em tão pouco tempo, já houve mudanças surpreendentes na vida de tantos brasileiros!

A distribuição do Cartão-Alimentação para as famílias cadastradas está movimentando o comércio em Guaribas e Acauã. Pela primeira vez, vendedores ambulantes se interessaram em ir até Guaribas, o município mais pobre da região, localizado na divisa com a Bahia, e distante 136 km da cidade asfaltada mais próxima. Quarenta camelôs lotaram cinco caminhões com roupas, tênis, bijuterias, temperos, verduras e legumes, e montaram uma feira na Guaribas, atraídos pelas notícias de que, agora, ali também circula dinheiro:“Soubemos que o dinheiro está correndo em Guaribas por causa do Fome Zero e da safra de feijão” - explicou Lourdes Oliveira Castro, que vende roupas e calçados.

Antes, praticamente não existia comércio nas duas cidades escolhidas como pilotos, devido à baixa renda dos moradores. Um terço das famílias de Guaribas sobrevive com meio salário mínimo. E quase metade dos 5.147 moradores de Acauã não tem nenhuma renda. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE).

A boa safra do feijão também ajudou o comércio. Até a chegada do Fome Zero, os atravessadores ofereciam R$ 22 por saca de feijão. No último plantio, o Governo federal deu as sementes e alertou os comerciantes: ou pagavam o preço mínimo de R$ 60 aos agricultores, ou a União compraria toda a produção de 180 toneladas. A comunidade organizada decidiu vender coletivamente, através de leilão. E não só os comerciantes pagaram, em média, R$ 70, como foram a Guaribas buscar o feijão. Até a safra passada, os produtores eram obrigados a levar a mercadoria à localidade de Caracol, distante três horas, e pagavam de combustível cerca de um terço do valor que recebiam pela venda do feijão.

Em Acauã as mudanças também são visíveis. Renato Raimundo Rodrigues, um dos poucos comerciantes da cidade, não esconde a alegria. E tem razão. Metade de seus clientes tem o Cartão-Alimentação. Eles gastam mais do que recebem, mas agora sabem que podem negociar o pagamento da dívida no mês seguinte. E Renato concorda prontamente, não por solidariedade, mas porque sabe que vai receber o dinheiro das mercadorias que vendeu.

Outro fato inédito para muitos moradores - e que merece ser comemorado - é o prazer de sentir o sabor de alguns alimentos, como verduras e farinha de trigo, que experimentam pela primeira vez.

Eudália Martins da Rocha, de 55 anos, por exemplo, realizou dois sonhos: beber leite e estrear a geladeira, presente do filho, Eliomar da Rocha Andrade, que há três anos fugiu da miséria, viajando para São Paulo como vários de seus conterrâneos. Até então sem renda e vivendo do dinheiro que o filho mandava, Eudália comemora a ajuda do Cartão-Alimentação: “Levanto todos os dias as mãos para o céu e rezo para o presidente Lula e para o governador Wellington Dias. Até começar a receber esses R$ 50, nunca tinha tomado leite, a não ser o de minha mãe, quando era criança” - afirma.

Eudália, que vive com o neto de 11 anos, diz que os alimentos comprados com os R$ 50 foram suficientes para cerca de 20 dias. Este dinheiro é, agora, o seu único meio de sustento, pois o filho foi obrigado a suspender a ajuda que enviava, porque a empresa onde trabalha em São Paulo tem atrasado o pagamento dos salários.

O casal Maria Dilma, 20 anos, e Salomão de Sousa Teixeira, de 23, recebeu o Cartão pela segunda vez. Os dois moram com a filha Samara de Castro, de dois anos, numa localidade distante 22 km do centro de Acauã. A passagem de ônibus ou de motocicleta custa R$ 6. O dinheiro do Fome Zero tem sido o único meio de sustento da família, que perdeu toda a plantação de milho e feijão por causa da seca. Com os primeiros R$ 50, Maria Dilma comprou alimentos para 15 dias. Para o restante do mês, comprou fiado e já pagou. Agora, ela sabe que pode fazer esta pequena dívida e o comerciante sabe que vai receber.

A seca castigou as lavouras da zona rural de Acauã. Benedita Luzia de Sousa, de 26 anos, mãe de Rafael, de cinco, e José Augusto, de sete, mostra os pés de milho secos. Mas a família não vai passar fome. Benedita caminha quatro horas para receber o dinheiro do Cartão-Alimentação. Prefere assim, porque economiza R$ 15 ou R$ 20 que gastaria em condução até o centro da cidade: “Se a gente não tivesse o Programa Fome Zero, não sei o que iria acontecer, porque a roça secou e os meninos estão na alfabetização, mas não foram incluídos no Bolsa-Escola” - explica, acrescentando que os mantimentos comprados com os R$ 50 alimentam a família por 15 dias.

Benedita e o marido criam porcos e galinhas. Foram obrigados a desistir das cabras e das ovelhas, porque as onças estavam matando os animais. As galinhas, segundo ela, também são atacadas por raposas. Só os porcos reagem quando se vêem ameaçados; de longe ouve-se o grunhido deles.

Os bons resultados do Fome Zero também começam a aparecer na saúde e na melhoria da qualidade de vida. O número de casos de diarréia infantil vem se reduzindo a cada mês e o uso do soro caseiro tem sido mais divulgado, porque hoje há muito mais voluntários envolvidos no atendimento às comunidades.

O Programa Fome Zero de braços dados com o Ministério dos Esportes

Agora, os jovens que estão nos programas sociais do Ministério dos Esportes vão ganhar refeição e aprender noções de educação alimentar e nutricional, fundamental para um crescimento saudável. O acordo, assinado pelo MESA e o Ministério dos Esportes, vai permitir a integração das ações de inclusão social dos dois ministérios. As comunidades carentes atendidas pelos projetos sociais do Ministério dos Esportes serão beneficiadas pelo Programa Fome Zero.


"Eu entendi que a fome mata principalmente as crianças, porque eu vi no jornal só o esqueleto delas. Um dia eu fui no centro e vi um menino pedindo esmola, pedindo comida para um rapaz, e ele disse que não ia dar. Nada parou o menino, que pedia centavos para comprar leite para o pai, que estava com muita fome. Aí deram o dinheiro e ele foi comprar uma cueca para o pai. Um dia, uma mulher passou e deu 242 reais. Ele comprou o que quis e foi feliz para sempre. Agora vocês sabem o que é a fome. Vamos ajudar ao próximo, por favor. Até logo e obrigada pela ajuda."

Redação de Élida Morais de Castro, 10 anos, Cuiabá


Com a parceria, as crianças e adolescentes beneficiadas pelos projetos poderão contar com alimentação balanceada, e receberão informações sobre a melhor maneira de se alimentar. A orientação será dada pelos monitores dos projetos, que terão acesso a informações básicas sobre nutrição.

O volume de recursos previsto no termo de cooperação é de R$ 30 milhões, compartilhados entre os dois ministérios.

Vamos contar algumas novidades sobre o Programa de Melhoria Habitacional, que vem trazendo resultados positivos também para o Programa de Geração de Rendas.

Guaribas localiza-se a 653 km de Teresina, a capital do Estado do Piauí, e tem 4.814 habitantes. Em maio, depois da chegada do Fome Zero, numa segunda-feira, as mulheres encaminhavam os filhos para a escola, enquanto trabalhadores usavam enxadas para misturar água com cimento, adolescentes despejavam água em tambores de plástico, lavradores peneiravam pedras, homens enchiam caminhões de barro. Todos trabalham em mutirão para construir 66 casas financiadas pela Cohab (Companhia Habitacional) do Piauí. Nesta primeira etapa, as casas vão substituir as residências precárias, feitas de tijolos crus. Na segunda etapa, serão construídas mais 100. As casas têm sete cômodos: dois quartos, uma sala, uma cozinha, um banheiro, uma lavanderia e uma varanda.

A construção das casas, do galpão para feira-livre e de uma Casa de Parto, bem como a instalação de sistema de abastecimento de água e de energia elétrica, estão mudando, para melhor, a rotina de Guaribas. Alguns moradores, animados com as novas perspectivas, retornaram de favelas de São Paulo, para onde haviam ido, fugindo da miséria. Hoje, eles ganham R$ 120 por seis dias de trabalho. Também recebem diária de R$ 10 os homens, cujas famílias serão beneficiadas com as casas. Eles trabalham como ajudantes de pedreiro. É, sem dúvida, um resgate da cidadania. Trabalham, ganham um salário para garantir a sobrevivência de suas famílias e constroem casas. Trabalhar, comer e morar - direitos fundamentais de todo ser humano para usufruir uma vida digna.

O agricultor Wilmiton Correia Silva, de 47 anos, teve sua casas escolhida para servir de modelo ao Programa de Melhoria Habitacional. Ele não esconde a alegria: “Para quem não ganhava nada, é uma beleza! Agora só falta reboco e as telhas. É minha casa e tem até banheiro interno” - diz, orgulhoso. Casado e pai de cinco filhos, Wilmiton abrigou-se com a família na casa de parentes quando a casa antiga, com paredes de tijolos crus, foi destruída pela chuva. Um de seus filhos, Eldo, de 19 anos, também está ganhando diária de R$ 10 como ajudante de pedreiro. A mulher do agricultor, Marli Matias da Silva, 38, está radiante com a perspectiva de ter "uma casa firme e bonita", que seja realmente de sua família.

A alegria de ter uma casa também é manifestada por Maria Luiza Dias, que acompanha diariamente a construção da moradia que vai abrigá-la e a sua família. Ela mandou buscar na localidade de Bom Jesus algumas plantas e colocou-as, com adubo, nos baldes de plástico usados até então para buscar água na fonte: “Antes não tinha casa que merecesse as plantas e não tinha água para molhar a terra”. O marido, José Ailton Alves de Lima, agricultor, está agora trabalhando numa pedreira, e recebe diária de R$ 10. A mesma é paga a seu sobrinho Edivan Dias Mariano, de 19 anos, que também conseguiu emprego como ajudante de pedreiro. Orgulhosos porque terão "uma casa com banheiro dentro", os dois contam que na moradia onde ainda vivem o banheiro fica no quintal e não tem paredes.

Também atraído pelas boas notícias sobre o Fome Zero em Guaribas, Risonaldo Ferreira Alves, de 23 anos, que vivia na favela Piratininga, em Osasco (SP), e trabalhava como ajudante de pedreiro, retornou ao município onde nasceu: “Em São Paulo, o dinheiro que se ganha não dá para lazer, nem para mandar para minha mãe, porque sou o mais velho, o arrimo da família. Voltei porque estão ocorrendo mudanças. Antes, Guaribas não tinha nada. Não tinha calçamento, não tinha empregos. Não dava para sobreviver”. O salário que Risonaldo ganhava em São Paulo dava apenas para pagar o quarto que dividia com mais dois trabalhadores, alugado por R$ 200. Agora, ele é contratado pela Cohab para trabalhar na construção de casas.

O mesmo caminho de volta foi feito por Aderismar de Andrade Dias, de 20 anos, que trabalhava em São Paulo fazendo moldura de gesso e recebia R$ 250 mensais. Agora, presta serviço na construção de casas, dirigindo o caminhão do pai, e ganha, em média, R$ 30 por dia no transporte de material. No final do mês, Aderismar vai ganhar mais do que em São Paulo. “E com a vantagem – diz ele – de morar com meus pais, não ter medo da violência e não viver em favela”.

Para estimular a Geração de Emprego e Renda, o Fome Zero vai incentivar também o plantio de arroz, milho, feijão, mandioca, frutas e verduras, e a criação de bois, porcos, cabras, ovelhas e galinhas. Os primeiros resultados da mobilização e do resgate da auto-estima e da cidadania já aparecem.

A descoberta de um novo mundo com o Programa Analfabetismo Zero

Delci Alves da Rocha, 52 anos, mora em Guaribas e decidiu recuperar o tempo perdido: ao se cadastrar no Programa Fome Zero para receber o Cartão-Alimentação, matriculou-se no Programa Analfabetismo Zero. Em três semanas de curso, ela aprendeu a escrever parte de seu nome completo e algumas palavras mais fáceis. Animada com a possibilidade de ganhar R$ 200 - valor que todo alfabetizado recebe como estímulo ao final do curso -, ela já comemora uma primeira vitória: com os R$ 50 do Cartão-Alimentação comprou tomate e batata inglesa, dois alimentos que, por falta de dinheiro, jamais provara antes. Na sua cesta, incluiu arroz, feijão, óleo, cebola, farinha e café. “É uma bênção de Deus ter dinheiro para comprar comida” - afirma Delci, que tem fogão, mas ainda não conseguiu adquirir o bujão de gás.


"Já era bastante tarde e dona Cássia não havia nem cochilado. (…) O mundo para ela não tinha sentido. O marido internado em estado grave, os filhos…
"- Meu Deus, o que será de mim? - perguntava para si mesma.
(…) Foi interrompida por seu filho mais velho, que a preocupava bastante, pois estava indo mal na escola e reclamava sempre de uma dor no estômago.
" - Mãe, estou com fome - disse Paulo.
"Naquele momento, o mundo desabou sobre ela, porque a única renda que tinha havia acabado. E agora?"

Redação de Jéssica Kamila, 12 anos


Em Acauã, outro município-piloto no Piauí, uma senhora de 73 anos, foi alfabetizada em três meses. Orgulhosa por ter aprendido a ler e escrever, pediu ao agente de segurança alimentar para ir ao sindicato rural, mudar sua carteira de aposentada. “Lá tem o meu dedo. Agora quero botar minha assinatura”.

Sempre é tempo de aprender. Por isso, a lavradora Valdete Maria Arcanjo Guilhermina, de 38 anos, tornou-se colega de classe de alfabetização dos filhos Luana, seis anos, e José Venâncio, de dez. A família mora na localidade Pé da Serra, na zona rural de Acauã, e todos os dias caminha 5 km - Valdete a pé e os filhos em lombo de burro - até a escola municipal em Ilha Data Chapéu. Valdete conta que, quando era criança, não existia escola próxima de casa. Hoje, ela e os filhos repetem juntos, em voz alta, as sílabas "da-do" e "de-do". Empenhada em recuperar o tempo perdido, ela volta para a escola à noite, para participar da aula de adultos matriculados no programa, à luz de candeeiro, porque ainda não tem energia elétrica na região. “Quero aprender o mais rápido possível, porque depois quero também ensinar” - afirma Valdete, que pretende deixar para trás os dias em que, por não saber ler nem escrever, ficava "com o dedo melado" quando tinha de pôr as digitais em um documento.

O adolescente João Antônio Guilhermino, de 13 anos, segue o exemplo de Valdete e estuda com as crianças, pela manhã, e com os adultos, à noite. Ele diz que está ansioso para ser alfabetizado, porque vê a dificuldade enfrentada pelo pai, José Antônio Guilhermino, que é presidente de uma associação comunitária e não consegue ler os documentos que lhe entregam, por ser analfabeto. Ele já tem um projeto: assim que conseguir seu diploma, vai tirar carteira de habilitação de motociclista.

O lavrador Cícero Messias Rodrigues, que vive na zona rural de Acauã, cadastrado no Fome Zero e matriculado no programa contra o analfabetismo, se recusou a colocar o polegar como comprovação de que estava recebendo a cesta básica. Disse que não era mais analfabeto e fez questão de assinar o nome, embora ainda tenha dificuldade de desenhar as letras.

Germano Mariano é agricultor e tem 49 anos. Ele já sabe "assentar" o seu nome e aprendeu a ler os nomes dos oito filhos. E não esconde o orgulho quando diz que, dentro de pouco tempo, já não precisará pedir ajuda para saber as novidades contadas pelas duas filhas que moram em São Paulo nas cartas que enviam aos pais. Antes era obrigado a guardar as cartas por mais de um mês, até que aparecesse alguém para lê-las. Hoje, sua rotina é outra. Depois de trabalhar na roça o dia inteiro, plantando milho, arroz e feijão, ele vai para "a escola de gente velha". “A sorte está tão boa este ano, que até Deus preparou um inverno bom” - afirma.

Nos dois municípios-pilotos, o Analfabetismo Zero já cadastrou mil pessoas. A professora Maria Edileuza da Silva Arcanjo, de 25 anos, que trabalha na alfabetização de adultos na Ilha Data Chapéu, em Acauã, garante que o índice de evasão é mínimo. Só dois alunos matriculados desistiram: um porque viajou e, outro, por deficiência visual, problema que deverá ser solucionado com o Programa Visão Dez, que está sendo implementado em parceria com a Secretaria de Saúde.

O Analfabetismo Zero é também uma forma de gerar renda, pois os alfabetizadores - estudantes e professores da região - ganham no final do curso, que dura três meses, R$ 100 por aluno alfabetizado, ou seja, cerca de R$ 1.900 pelos três meses de trabalho. E cada alfabetizado recebe, com o diploma, R$ 200 - R$ 100 se conseguir escrever sozinho uma carta ao presidente Lula e mais R$ 100 se redigir uma outra carta para o governador Wellington Dias. Assim, a fome de letras reativa a economia local, saciando também a de pão.


"As pessoas que passam fome não têm sapatos para calçar, não têm verdura, frutas, legumes para comer, não têm casa para morar. O nosso presidente Lula está com um projeto para acabar com a fome. Toda vez que passa na televisão, eu fico pensando como vivem as pessoas que passam fome. E eu fico imaginando quantas e quantas pessoas morrem com fome. Eu imaginei que essas pessoas, na outra encarnação, foram ricas e não deram nada para quem bateu na porta delas."

Redação de Pryscylla, Associação Flor do Cerrado


Programa Sede Zero transforma rotina de mulheres e crianças

Em pouco tempo a falta de água para beber, lavar, cozinhar, tomar banho, regar plantas será um retrato do passado nos municípios beneficiados pelo Sede Zero. Em Guaribas, há 50 anos, mulheres e crianças eram obrigadas a percorrer 4 km a pé, até a Serra das Confusões, onde uma gruta abriga uma pequena nascente, para buscar água em lombo de burros, em latas carregadas na cabeça ou em carrinhos de mão. Eram 8 km de caminhada, ida e volta, quase todos os dias, e mesmo assim para beberem água sem tratamento. Agora, graças a esta vertente do Programa Fome Zero, começam a ser construídas cisternas e sistemas de abastecimento, e poços são perfurados ou recuperados.

Em apenas cinco dias e a um custo de R$ 32 mil, a Agespisa (Água e Esgotos do Piauí) instalou um sistema simplificado de estação de tratamento em Guaribas. Um cano de 1,5 km leva a água do pé da Serra das Confusões, a 1 km de distância do município, até a zona urbana. Um conjunto de caixas d'água bombeia a água barrenta e, através de um chafariz, onde foi montado um sistema de captação, entrega à população água potável. Em outubro, 5 mil metros de rede de distribuição chegarão às casas.

Agora, quando as torneiras das caixas d'água são abertas por um fiscal, mulheres e adolescentes enchem suas latas e as levam para casa. Ainda as carregarão na cabeça até outubro, quando o precioso líquido chegará em cada casa, mas a distância que percorrem é bem menor e já têm água tratada para beber, cozinhar, tomar banho e lavar os utensílios domésticos.

Dona Lídia Dias Alves, 36 anos, mãe de quatro filhos, conta como é bom ter água perto de casa: “A chegada da água deixou tanta gente feliz, que algumas acham que as bondades estão chegando ao fim. Eu digo a elas que é só o começo”. Seu marido, Salvador Alves, 43, comemora a possibilidade de ter a mulher mais tempo ao seu lado: “Essa água está uma beleza! A gente só fazia filho de dia, pois minha mulher saía à 1h da tarde para buscar água e só voltava às 6h da manhã”.

Os tempos difíceis que por uma razão objetiva tão banal afastavam os casais chegaram ao fim também para Marleide Alves Duarte, 20 anos. Ela conta que até algum tempo atrás costumava chegar à fonte da gruta à 1h da madrugada e sair dali às 7h da manhã: “As mulheres faziam coivaras para aquecer os corpos. Ninguém cheirava o marido, porque ele voltava do trabalho e não podia banhar-se. Agora, esses anos de sofrimento acabaram”.

As meninas Glauzan Alves e Michela, ambas de 11 anos, e Rosaci Alves Rocha, de 9, agora passeiam contentes pela cidade com bacias de roupas na cabeça. Tanta alegria é explicada de maneira muito simples: em vez de água, carregam roupas lavadas e só fazem uma viagem. A adolescente Aline Alves Dias,14 anos, conta que, desde os seis, ajuda a mãe, e fazia cinco viagens por dia para pegar água. No início da noite, ia para a serra substituir a mãe na fila, levando uma tocha para clarear o caminho. No dia seguinte, exausta, não resistia ao sono durante as aulas. Além do mau desempenho escolar, esta rotina teve outras conseqüências para a menina Adelma Correia da Silva. Aos 12 anos, ela tem no corpo marcas de ferimentos e queimaduras causadas pelas tochas que levava à noite para iluminar a caminhada até a água.

Outra solução que vem sendo implementada pelo Fome Zero é a construção de cisternas de captação da água da chuva, excelentes fontes de abastecimento nos períodos de seca. As parcerias com a ASA (Articulação no Semi-Árido) já possibilitaram a instalação de dezenas de cisternas de placas em Guaribas e Acauã. Cada cisterna recolhe 16 mil litros, o suficiente para uma família de cinco pessoas se abastecer por oito ou nove meses.

Para a construção de cisternas, foi assinado um Protocolo de Intenções entre o MESA e a ASA. O documento prevê a construção, neste ano, de 22 mil cisternas na região de expansão do Programa Cartão-Alimentação. Desse total, dez mil cisternas são provenientes do convênio firmado com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). As outras 12 mil serão construídas com recursos do próprio Ministério. Está previsto um investimento de R$ 32,5 milhões.

A ASA é um fórum que reúne mais de 700 entidades e instituições (ONGs, igrejas, sindicatos, associações etc.) em atuação na região do semi-árido. É responsável pelo gerenciamento do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), que planeja construir esse total de cisternas até o final de 2006, com mão-de-obra e material produzido na localidade. O Programa vai também orientar os beneficiados, para que eles aprendam a tratar a água retida para seu consumo.

Cidadania chega à população rural mais carente

O Programa Fome Zero está levando também cidadania a centenas de pessoas que nunca tiveram documentos básicos, como certidão de nascimento, carteira de identidade, carteira de trabalho e certidão de casamento. A falta desses documentos as tem prejudicado, impedindo inclusive que participem de programas de transferência de renda, como o Cartão-Alimentação. Para a família ser incluída no Programa, todos os seus membros devem apresentar algum documento civil com validade jurídica. E se a pessoa não tem certidão de nascimento, não consegue obter os outros documentos.

A realidade é mais preocupante do que se poderia imaginar. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um terço das crianças nascidas anualmente no Brasil não é registrada. Note-se que as famílias que não conseguem obter o registro civil e, portanto, ter acesso aos programas sociais, são justamente as mais necessitadas, muitas vezes situadas abaixo da linha de indigência.

Para resolver o problema, foi feita uma parceria entre órgãos federais, instituições da sociedade civil e corregedores-gerais de Justiça de dez Estados (Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe). Este mutirão possibilitará a emissão gratuita dos documentos necessários aos beneficiados pelo Cartão-Alimentação.

Entenda como isso será feito

As emissões do registro civil acompanham o cronograma de implementação do Programa Fome Zero. A identificação das famílias sem documentação é feita pelos Comitês Gestores do Fome Zero ao cadastrar os beneficiários.

Se a pessoa não possui a certidão de nascimento, mas já foi registrada em algum cartório ou ofício, o Comitê Gestor a encaminha para obtenção da segunda via. Para aqueles que nunca foram registrados, são adotados outros procedimentos, de acordo com a faixa etária. Os maiores de 12 anos são orientados a comparecer pessoalmente ao cartório de registro civil do município, com documentos ou testemunhas que comprovem que ele tem mesmo aquele nome, idade e filiação. Em seguida, é requerido ao Juiz de Direito que emita autorização para emissão do documento. Para menores de 12 anos, os pais devem solicitar o registro de nascimento diretamente nos cartórios ou ofícios. É necessário que o pai e a mãe possuam o registro de nascimento para fazer a solicitação para os filhos.

Nos municípios em que não ha cartórios nem ofícios, é organizado um serviço itinerante de registro, feito simultaneamente ao cadastro dos beneficiários do Programa Fome Zero. O Comitê Gestor também está apto a orientar as pessoas que se encontram em diferentes situações.

É o caso da lavradora Maria Mendes Alves, 60, e de seu marido, Isaías Conrado Alves, 61. Os dois sempre viveram da agricultura e nunca tiveram renda fixa. Há um mês, o casal recebe os R$ 50 do Cartão-Alimentação. Nenhum dos dois podia se aposentar por falta de documento. Cadastrados no Fome Zero, os dois se juntaram a centenas de moradores de Guaribas e foram atendidos pelo mutirão que envolve a Defensoria Pública e a Procuradoria de Justiça. A iniciativa de convocar a Defensoria e a Procuradoria foi do Comitê Gestor do Fome Zero ao constatar que muitos habitantes da cidade não tinham documentos de identificação necessários para se cadastrarem nos programas sociais.

Hoje, Maria e Isaías exibem as certidões de nascimento e de casamento, além da carteira de identidade. Emocionada em poder provar que tem nome e nacionalidade, ela afirma: “Uma pessoa sem documento não é ninguém”.


"Eu sei que a pessoa que não tem nada fica com muita fome. Se eu fosse rica ajudaria aos pobres e as pessoas que passam fome. (…) Tem muitas mães pobres sofrendo, pedindo comida na casa de rico, para sustentar seus filhos, que ficam com mais fome do que os pais, porque uma criança não agüenta ficar sem comer. Eu não agüento ficar sem comer. (…) A fome é uma das principais causas de morte das crianças."

Redação de Maria Edilene, 10 anos, Cuiabá


Mas as boas notícias não param de chegar a estas comunidades que durante tantas décadas estiveram esquecidas de todos. Em Guaribas e Acauã, uma equipe de técnicos elaborou, junto com o Programa de Combate à Pobreza Rural (PCPR), um planejamento de desenvolvimento sustentado, que engloba vários projetos, entre eles a criação de uma rádio comunitária, o Sorriso Dez (prevenção de cáries) e o Visão Dez.

Agricultura Familiar

O MESA já começou a atuar no incentivo à agricultura familiar, através de uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Programas de hortas e a implantação de tecnologia para a criação de ovinos, caprinos e suínos já estão em andamento.

O objetivo dos projetos é gerar empregos e renda para as populações do semi-árido e proporcionar o desenvolvimento da economia local. A idéia é aumentar e diversificar a oferta de alimentos no mercado da região, melhorar a dieta das famílias e aumentar a renda dos produtores. A Embrapa se comprometeu ainda a qualificar seus pesquisadores e demais funcionários na área de segurança alimentar. Outra ação é o apoio à instalação de feiras-livres nos dois municípios, com a venda dos produtos realizada diretamente pelos agricultores familiares.


"Eu entendi que a fome pode matar várias pessoas que não têm nada para comer, porque eu vi em livros. (…) Pode matar principalmente os animais, os meninos, os idosos e os mendigos que vão no lixão pegar comida que não presta.
"Um dia eu vi um menino pedindo esmola para um homem. O homem disse que não tinha nada para dar e o menino falou que estava com fome. O homem disse: Vamos até minha casa que eu te dou comida. O menino foi, comeu, disse muito obrigado e foi embora."

Redação de Reniele M. V, 12 anos


Projeto Conviver

Uma série de ações para melhorar a vida dos pequenos agricultores do semi-árido começa a ser implantada com o lançamento do programa de Ações Integradas de Convivência com o Semi-Árido - Conviver. Executado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com outros órgãos do Governo federal, o Conviver beneficiará mais de 550 mil famílias em 2003, atingindo 1.200 municípios dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Piauí, Sergipe e Alagoas, norte de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri) e norte do Espírito Santo. A expectativa é que 1,3 milhão de famílias sejam atendidas nos próximos anos.

Os agricultores destas regiões poderão aderir ao Seguro-Safra. Uma das principais ações do Conviver, o Seguro-Safra garante uma renda mínima -a fundo perdido- de até R$ 475, em seis parcelas, aos produtores que perderem pelo menos 50% da safra de milho, arroz, feijão, mandioca e algodão, em razão da seca. O objetivo é compensar o prejuízo dos pequenos agricultores dos municípios vítimas de situações de calamidade, emergência ou estiagem. O Governo federal disponibilizou R$ 52,3 milhões para a primeira edição do benefício, mais a contrapartida de R$ 26,1 milhões dividida entre os Estados, os municípios e as famílias que integrarem o Conviver. Os agricultores interessados em aderir ao seguro devem procurar a prefeitura ou o Conselho de Desenvolvimento Rural dos seus municípios, e pagar uma taxa de R$ 6

O Projeto Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural possibilita aos trabalhadores rurais, organizados em associações legalmente constituídas, a aquisição de terras. O valor do financiamento varia conforme a microrregião, com tetos entre R$ 12 mil e R$ 18 mil, prazo de amortização de até 20 anos, com três anos de carência, juros fixos de 6% ao ano, sem correção monetária e com rebate de 50% quando os pagamentos são feitos em dia. As famílias beneficiadas também recebem financiamento para a infra-estrutura básica na área adquirida.

O projeto disponibilizará às comunidades do semi-árido recurso adicional de R$ 2 mil para ações de manejo e captação de recursos hídricos, construção de cisternas de placas, barragens subterrâneas e superficiais, investimento em culturas forrageiras (palma e algaroba) e manejo da caatinga.

Os beneficiados pelo Conviver têm acesso também ao Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) - Grupo B, que prevê investimentos de até R$ 500 por família para benfeitorias nas propriedades, com prazo de dois anos e juros de 1,15% ao ano, além de rebate (desconto para pagamento em dia) de R$ 200.

O Conviver abrange uma série de ações voltadas à auto-sustentabilidade dos agricultores. Assistência técnica e extensão rural são pontos considerados fundamentais nesse processo. Serão fomentadas parcerias entre os órgãos de pesquisa da União, como a Embrapa, e universidades dos Estados a serem beneficiados, e instrumentos de pesquisa e extensão locais, como as Emater.

A iniciativa visa o desenvolvimento de novas metodologias e tecnologias que facilitem a convivência com o semi-árido. O Ministério de Desenvolvimento Agrário investirá R$ 4 milhões na capacitação dos agricultores através do Pronaf Capacitação.

Cesta básica emergencial e segurança alimentar para grupos específicos:

* Acampados:

O MESA fornece cestas de alimentos, de forma emergencial, a 60.756 famílias de 637 acampamentos. A medida, que faz parte das políticas setoriais prioritárias do Fome Zero, tem o objetivo de atender famílias que aguardam o acesso ao Programa de Reforma Agrária e encontram-se em estado de insegurança alimentar.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já comprou quase cinco mil toneladas de alimentos para compor as cestas, num pregão eletrônico público de abrangência nacional. São 182.268 cestas de alimentos, contendo arroz, fubá, farinhas de mandioca crua e de trigo, óleo de soja, açúcar cristal, macarrão, sal, café e leite em pó integral. As mercadorias adquiridas são recebidas e depositadas em 27 armazéns da Conab nos Estados. A distribuição dos alimentos é feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

* Política de Segurança Alimentar para comunidades indígenas:

O MESA assinou um convênio com o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul para financiar ações do Programa Fome Zero beneficiando mais de 11 mil famílias indígenas. O convênio, no valor de R$ 5,5 milhões, deverá ser executado em um ano, e prevê medidas para expansão da agricultura destinado ao consumo próprio, manejo de solo, criação de pequenos animais, incentivo ao artesanato, entre outras ações voltadas para o desenvolvimento auto-sustentável. Essas ações são complementares à distribuição de alimentos, que já é realizada pelo Governo estadual.

O estado do Mato Grosso do Sul foi escolhido para iniciar o programa de atendimento a essas comunidades, porque ali se concentram os maiores índices de mortalidade infantil e de desnutrição, segundo estudos da Fundação Nacional de Saúde de 2002 (Funasa) e do IBGE (2001).

* Programa de Segurança Alimentar para Comunidades Quilombolas:

O MESA e a Fundação Palmares elaboram projeto para o atendimento das famílias quilombolas em insegurança alimentar. O levantamento feito indicou a existência de 14.962 famílias, sendo que 1.942 viviam em áreas atingidas por barragens. Inicialmente, 142 comunidades quilombolas registradas em todo o país serão atendidas.

* Programa de Compra de Alimentos:

Está prevista a utilização de R$ 400 milhões para a compra de alimentos dos agricultores familiares até o fim deste ano de 2003. Com esta ação, o Governo espera incentivar a formação de pequenas cooperativas e associações de produtores para comercialização e a garantia de preços remuneradores para esses agricultores familiares, espelhando melhor a realidade dos mercados locais.

Em virtude da boa safra registrada no Nordeste, as compras deverão começar na região com o milho e o feijão. Até o final de 2003, serão estendidas para outras regiões, com a inclusão de outros produtos, como arroz, mandioca e trigo.

O Programa, que será priorizado nas áreas de expansão do Fome Zero, atenderá aos agricultores familiares enquadrados nas categorias A, B, C e D do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) que, preferencialmente, estejam organizados em cooperativas, associações ou grupos informais de, no mínimo, cinco agricultores.

Essas aquisições, que poderão ser por compra direta ou antecipada, estarão limitadas a R$ 3 mil por produtor e serão feitas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Você acabou de ver algumas iniciativas que o Programa Fome Zero empreende com a participação de centenas de voluntários anônimos. Não é pouco, e a solidariedade se revela a todo instante. Mas o Brasil é imenso e grande parte da população ficou esquecida pelos poderes públicos. É hora de recuperarmos o tempo perdido e pôr mãos à obra. Veja como é fácil participar. Se todos nos mobilizarmos, nosso país poderá mudar e ser um exemplo de solidariedade.


"No meu entender, a fome é uma coisa que destrói muitos lares. A fome mata muitas pessoas que tentam ser felizes, mas com fome ninguém consegue. Muitas pessoas sonham com sua geladeira cheia de coisas como: frutas, verduras, leite e outros. A fome deixa muitas crianças com seus sonhos destruídos. (…) No Ceará, muitas crianças desnutridas morrem cedo sem conhecer a beleza que existe no nosso mundo de hoje.
"Se todos nós, de alguma forma, contribuirmos, estaremos não só ajudando a erradicar a fome, mas também a termos um Brasil com uma das sociedades mais solidárias do mundo. Juntos podemos combater. É só você querer. E eu quero."

Redação de Kalene Lemes




Consulte os sites sobre o Fome Zero para saber como fazer para se engajar grande mutirão em prol da cidadania:

www.presidencia.gov.br/mesa
www.fomezero.gov.br
www.fomezero.org.br

Ou telefone para 0800-7072003, das 8h às 20h.
A ligação é gratuita.

Núcleo de Atendimento Especial (NAE): parceiros@fomezero.com.br
Naeempresas@planalto.gov.br

Contatos: fomezero@planalto.gov.br

Fontes de consulta:

- Política de Segurança Alimentar - Programa Fome Zero
- Registro de Nascimento - Garantindo Cidadania e Direitos Humanos - Programa Fome Zero
- Sumário Executivo da Central de Atendimento do Programa Fome Zero
- Programa Fome Zero - Coordenadoria de Segurança Alimentar e Combate à Fome - Piauí
- Programa Fome Zero - Piauí
- Mutirão contra a Fome - Arquidiocese de Belo Horizonte
- Alimentação e Cidadania - Cenário e Perspectivas - Senac Nacional - março 2003
- Jornal Meio Norte (Piauí - Caderno Especial, edições de março/2003 e maio/2003
- Programa Fome Zero - Principais Ações Implementadas, maio 2003
- Mesa Brasil – Sesc
- O Globo Caderno Especial, março/2003

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ADITAL
A Agência de Informação frei Tito para América Latina é uma iniciativa de pessoas e grupos que têm como eixo de ação a prática libertadora de movimentos populares, de igrejas e de direitos humanos.
ADITAL quer dar visibilidade à reflexão e às práticas solidárias que a sociedade civil organizada diariamente constrói em nosso Continente, em milhares de iniciativas na área rural e nas periferias urbanas: nos campos da educação e da saúde, na criação de empregos e renda, nas universidades e em alguns setores empresariais, entre as minorias étnicas e sexuais, entre as populações indígenas....
ADITAL quer ser um instrumento ético para favorecer a integração e a solidariedade em nosso continente. Para esta finalidade se propõe alcançar os meios de comunicação (jornais, revistas, rádios, TVs, internet).
Nossas fontes de informação são os setores que atuam para construir cidadania, além de uma rede de repórteres que acompanham diariamente os eventos de nossos países.

ANotE
A Agência de Notícias Esperança (AnotE) é uma organização criada pelas pastorais sociais, CEB's e organismos da Igreja Católica do Ceará.
Seu objetivo é dar visibilidade aos setores excluídos, divulgando, através dos meios de comunicação de massa, as experiências das próprias pastorais, CEB's e organismos, dos movimentos populares, das ONG's e da sociedade civil organizada, comprometidos com as lutas democráticas, a fim de alimentar a esperança e a vontade de participação em busca de uma sociedade sem exclusão.



Palavra do Presidente

"Não adianta apenas distribuir comida. Se não atacarmos as causas da fome, ela sempre irá voltar, como já aconteceu outras vezes em nossa história.
O Projeto Fome Zero combina, de um modo novo, o emergencial com o estrutural. É preciso dar o peixe e ensinar a pescar.
Ensinar a pescar é criar empregos nas regiões onde hoje existem fome e pobreza.
Ensinar a pescar significa melhorar as condições de vida da população.
Ensinar a pescar é dar ao povo uma educação de qualidade. É saúde digna. É salário e renda.
Ensinar a pescar é fazer a reforma agrária. É incentivar a agricultura familiar. É estimular o cooperativismo, o microcrédito e a alfabetização.
Ensinar a pescar é preparar as pessoas para uma profissão e um emprego. É criar condições para que elas se sustentem sozinhas.
Ensinar a pescar, enfim, é libertar milhões de brasileiros, definitivamente, da humilhação das cestas básicas. É fazer com que todos, absolutamente todos, possam se alimentar adequadamente, sem que para isso precisem da ajuda dos outros."

Luiz Inácio Lula da Silva
Lançamento do Fome Zero, Brasília, 30/01/03
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Eliseo Rabadán Fernández



Registrado: 12 Oct 2003
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MensajePublicado: Jue Oct 30, 2003 12:29 am    Ttulo del mensaje: más sobre cooptación clientelista religiosa Responder citando

ste texto que añado a continuación me parece que es una muestra clarísima del clientelismo religioso que tanto ayuda a los populistas y a los movimientos que sólo favorecen a quienes se benefician de ellos: los teólogos y quienes viven de este negocio, como algunas ONG s ...desde una antropología materialista estas propuestas son auténticas imposturas...sugiero que discutamos este texto desde el materialismo filosófico.

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Íñigo Ongay de Felipe



Registrado: 09 Oct 2003
Mensajes: 371
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MensajePublicado: Jue Oct 30, 2003 12:46 am    Ttulo del mensaje: Responder citando

Estimados Contertulios;

Los materiales y documentos aportados por Eliseo Rabadán revisten la mayor importancia y no deberíamos pasarlos por alto al menos si no queremos desdibujar por completo la escala en la que cumple analizar esta abundante masa de fenómenos americanos, una masa por lo demás enormemente alambicada, intrincada como vemos. En esta línea se sabe por ejemplo de la presencia - e incluso prominente al parecer- del conocido fraile brasileño Frei Betto ( Orden de Predicadores) entre los asesores políticos del presidente Lula da Silva. Este dominico fue uno de los más activos y beligerantes propagadores de la teología de la liberación en los años de su apogeo y según se ve ha venido experimentando una curiosa evolución- bastante común en estos sujetos por lo demás- desde sus posiciones "guevaristas" y "castristas" iniciales a las posturas propias de la demagogia indigenista, antiglobalización, pro ONGS etc ( todo ello, siempre despegando un contumaz olor a incienso y a sacristía pero en fin, cosas de la izquierda indefinida, extravagante o divagante...); de sus planteamientos antihispánicos y su antinorteamericanismo de brocha gorda podemos encontrar la mejor corroboración en algunos textos suyos publicados en rebelion.org

Por otro lado, es curioso comprobar el modo en que este buen religioso ( de la orden del ángelico doctor no lo olvidemos) se hace presa en su famoso libro "Fidel y la religión" de la leyenda negra, vamos que en palabras de Bueno este es uno de los que "se tragó la leyenda negra enterita" llegando incluso al extremo de abominar de la "memoria" de otros ilustres dominicos como el inquisidor general Torquemada.

Pues en fin, quería preguntar a Eliseo ( o a cualquier forista informado de asuntos iberoamericanos) por el peso real de esta figura en la determinación de los planes y programas del gobierno del PT.

Atentamente

íñigo
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Eliseo Rabadán Fernández



Registrado: 12 Oct 2003
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MensajePublicado: Jue Oct 30, 2003 8:09 am    Ttulo del mensaje: izquierdas definidas e indefinidas en Iberoamérica Responder citando

Al hilo de lo que comenta Iñigo Ongay, creo que nos puede ser de utilidad un libro titulado La izquierda contraataca.(Conflicto de clases en América Latina en la era del neoliberalismo), de James Petras, con artículos de Todd cavaluzzi,Morris Morley y Steve Vieux. Se publicó en España el año 2000, por la ed. Akal.Madrid

Bien, Petras habla por una parte de tres oleadas de políticos neoliberales en Iberoamérica. Las actuales situaciones no aparecen en ellibro, es decir, los cambios como el que se ha dado en Brasil, donde un presidente ahora supuestamente endría oportunidad de llevar a cabo políticas favorables para los pobres ...¿cómo ir contra la corriente?Es decir, contra las estrategias económicas del capitalismo realmente existente. Parece imposible. Lo que , a mi juicio, sucede , es que Lula necesita, al igual que ZEdillo en México y ahora Fox, que movimientos de protesta por parte de los más perjudicados por las políticas de ajuste severas: recortes de uncionarios, despidos en las empresas públicas privatizadas o en proceso de privatización, subidas de tarifas de productos básicos ahora encarecidos , que sin duda provocan mayor pobreza, etcéterea.Bien, los millones de desplazados del sistema de consumo, deben ser contenidos en cauces políticamente manejables, es decir, hay que promover acciones de ONG s ( organizaciones "cuasi gubernamentales) financiadas en gran parte por los propios Estados , y por fundaciones de grandes corporaciones, y también , los teólogos, como bien dice Iñigo, hoy en día reciclados para otra "nueva evangelización": ahora no son luchas políticas " de clase", ahora son luchas por defender la "identidad", el derecho a ser respetados como "El Otro": es decir, Levinas, Mounier, pero aggiornatos mediante estos intelectuales de la órbita de lo que en otros tiempos era la teología de la liberación. Y claro está, es necesario tener hivos expiatorios: qué mejor que los "salvajes" españoles y europeos que tantísmo daño icieron alos pobres indígenas, negros,etcétera.
Todo un colorido de indefinición y extravagancia. La izquierda definida , si tenemos presente lo que Bueno ha venido planteando en los debates de TV ( con el socialdemócrata Ignacio Sotelo, tan querido en México en facultades de Filosofía donde Kant es resucitado de modo impresionante, y el ex dirigente "eurocomunista" ahora socialdemócrata vergonzante, Carrrillo), se tiene que mover, cuando está en el poder real, en la misma línea que la derecha, es decir,llevando a la práctica economías políticas que tengan los pies en la realidad del comercio mundial , a no ser que quieran llevar una vez más a los pueblos al desastre .
Un saludo
Eliseo R.
La crítica de Petras, se mueve en otra línea que la que hace Bueno a la(s) izquierda(s), porque Petras sigue pensando que se puede frenar el capitalismo, auqnue , a mi juicio, no ha sido hasta donde me consta, capaz de definior su proyecto político, pues una cosa es hacer planes y otra luchar en este complejo de relaciones entre Estados que a mi juicio es un modelo de biocenosis , donde si no tenemos presente esa anamorfosis de lo etológico en política, no podremos salir de la indefinición o extravagancia.Sin embargo podemos dialogar
( dialogismos del eje pragático del espacio gnoseógico) pero lo primero es definir...en el sentido de la teoría del cierre categorial, y eso es lo que se echa de menos,claro.Por esto es que consideramos los odelos teologizantes como nematologías...no distinguir lo que forma parte de un proceso desde sus aspectos heterológicos o isológicos, cuando se trata de establecer las relaciones entre los todos y las partes ( de las sociedades políticas,etcétera) es ungravísimo error gnoseológico que da los frutos que da: confusionismos que , como decía, sólo parecen beneficiar a quienes los provocan, los teólogos y sus aliados.
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Eliseo Rabadán Fernández



Registrado: 12 Oct 2003
Mensajes: 567
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MensajePublicado: Jue Oct 30, 2003 8:25 am    Ttulo del mensaje: movimientos comunidades negras y teólogos Responder citando

estimados amigos y amigas:
quisiera proponer a vuestra consideración n texto sobre las comunidades negras en Iberoamérica.Para contraste con este texto, por el momento, podemos ir echando un vistazo a un excelente trabajo publicado en El Catoblepas , de Daniel Omar de Lucía, titulado Sociedades de retorno en Africa Occidental(siglos XVII-XX)http://www.nodulo.org/ec/2003/n014p01.htm[/url]

En otro mensaje enviaré el texto de los negros , perdonen, no lo he podido enviar en este email.
EliseoR.
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